sábado, 28 de dezembro de 2013

Areiofobia (medo da onda levar)

Foi assim.
Construindo castelo de areia a beira-mar.

O que será que eles temem?
Por que sempre se privar?
Mais ainda, por que não ensinar
tão pequena pessoa o bom de brincar?
Sem colocar dedo na tela
e com um toque se realizar.
É pegar toda a areia com a mão
E com esforço e imaginação
Um mundo todo criar
E depois.. deixar onda levar.

Será que é isso então?
Medo da destruição?
Do apontar do dedo.. Da rejeição?

Brincar não deveria ser coisa de criança!
Deveria ser sempre esperança
de gente que é feliz!
Desenha os dias com giz
Pra deixar sempre ser mudança.
                                                                                         Patrícia Zveibil     25/12/13
                                                                                    
http://www.youtube.com/watch?v=Qd_klG0kdJs

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Ventania da particular imensidão.

É tanto vento
Cortando os segundos
pairando no contra tempo
correndo por cada momento
Que para, que esvai
Que lembra você.

É tanto vento
Soprando pra longe, ardor
Trazendo pra perto, amor
Ou o inverso se assim lhe couber
Mas venha o que vier
Alguma coisa ele sempre traz.

É tanto vento
Que faz-me vazar
Carrega consigo meu suspirar
Anunciando seu leve-estrondoso passeio
Evapora de mim o que não cabe
Leva minha água salgada pro mar.

É tanto vento
Balançando os fios dourados
Da cabeça, de cada brilho de vida
Que tão junto as gotas em essência
Arrasta, devolve os passos marcados
Faz perfumar cada semente florida.

É tanto vento
Que mesmo longe de onde está
Faz linhas da palma da mão
Desenharem tão belo contorno
Em ar chegarem ao teu tocar
Fazerem desse gozo tua canção, teu adorno.
                                                                                                   Patrícia Zveibil

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Lampejo


Momentos
São eles que fazem a vida.
E mesmo assim, ela não é sem desapego.
Por isso dizem que a única certeza que temos é a morte.
Mas não é sobre morte. É sobre tudo ser efêmero
e a real única certeza que possamos ter
ser o brilho do lampejo do momento.
Cada lampejo que forma o momento
Cada lampejo que brilha por 1seg e vai com o vento
pra deixar brilhar outro lampejo
e outro
e outro...
por isso eu amo as borboletas irritantes que insistem em bater asas dentro de mim, ultimamente.
Porque viver com elas é insano.. e DELICIOSO.
Quando elas não estão aqui eu estou viva. só.
Quando elas estão.. eu estou. TUDO. cada pedaço. cada lampejo... eu sou.
Entende?
Por mais que doa.. eu sinto! EU SINTO!
Conhece a frase, anything but ordinary? então..
Ser louca é bem melhor que ser normal.
Amo ser louca...
Amar intensamente.. todas as pessoas ao mesmo tempo..
Sentir cada vez um desses amores desabrocharem,
Sonhar com a eternidade..
Que eu crio cada vez que pisco o olho... com amor!
Tudo ser história de amor.. 1seg, um lampejo: uma história de amor.. arte.. tentativa de reproduzir lampejos que criam novos, tão mais eternos...
É disso que se trata.
Ter familia história de amor..
Ter amigos histórias de amor..
Ter amor história de amor..
História de amor consigo.
Pra deixar lampejo ir mas sempre sentir a força com a qual ele brilhou.
E cada novo lampejo tem mais cores. E mais borboletas.. E mais amor.. E mais morte..
E mais vida!

Patrícia Zveibil

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Nostalgia ou o que quer que seja

(Já que não sei bem por onde começar, a primeira criação compartilhada será uma das mais recentes (da semana passada, pra ser mais exata). Por um tempo o blog vai ser aleatório, porque tem umas boas coisas de uns tempos pra cá.. depois, talvez, ele comece a fazer mais sentido. Cronológico, ao menos.
Quero deixar claro que não sigo métricas e regras nos meus poemas. Pelo menos não as padronizadas. Sigo as minhas, se é que elas existem..
E num ato de coragem (agindo com o coração!), aí vai:)


Deixo bem vinda?!

Essa coceira entre os seios
De asas que batem
incessantes
Para o caminhar suave
até o canal vital
lacrimal,
ate o estalar dos dedos
dentes, arrepio num fio de cabelo
Corre pela espinha
dobrando cada esquina
transpassando à pele
o frio, à luz dos olhos
a água
O sonho que já foi vivido
e amanheceu, e eu...
De mãos dadas a sombra
que restou, passeio
por dentre seus vagalumes olhos
em meio ao breu
Que reluz o bom do que era,
antes, mudou pra ser melhor
E coroar quem voz fala
Dona deste algoz
que nem tanto mais é dor
É voz, branca, transparente
que gruda na pele
pra ver o que se é
tão junto ao que já foi
Anoiteceu.
No beira-mar da Lua
que sorri
à concha que dentro
Pérola
Calmaria que te trouxe aqui,
Em ondas expande
e giro eu no prato
a me servir.
Cachoeira de não-explicações
lutam, selvagens,
até o sopro dos lábio-rios
que fazem dançar
libelulamente
refrescar memória
Na epopéia aventurar-se
e saborear honrosa estória/história.