quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Efêmera Força Eterna

(Com a ESPERANÇA de que isso traduza, ao mínimo, tantas imagens e fortes sensações.
Sugestão: ouça a música do link abaixo enquanto lê!)


E passou por mim..
Tal qual veio
Também se foi
Soprou em meu ouvido
E apontou firmemente pro chão
Com AQUELE olhar fulminante
Me pôs de joelhos
Aos pés de minha fragilidade..
Em mãos vermelhas
Gotas de suor, gritos de êxtase
Aos pés de minha força!
Enraizando no timbre
no eco de um povo
Povo de todos nós
Dos quais sangue, temos a mesma cor
Dos quais alma, temos mais amor
Dos quais vivos... !
Inspiramos
Expiramos
floração em época compartilhada
Ou em tempo (qual seja) de auto-iluminar
Independente germinar da semente
Que agora cresce de enlace
Ao sentir passar...
!

http://www.youtube.com/watch?v=PZgpLY_RLeE

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Enlevação

Tambor Ecoou
Jazz
Eu transbordei
Paz
Pulsar e calor
mais!
Mais! Mais!
MAIS!

Respiro, transpiração
abençoada
Escape de emoção
lavada
Vibra o olhar
cascata
Entoa canção
dançada
Criativa excitação
da alma!

                                            
(resultado da saudade, da vontade, da felicidade em uma aula linda de Jazz, parte de mais uma metamorfose)

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Mu(dança)

E as palavras que eu antes escrevia
Esses dias viraram movimento..

Agora, então, deve ser o momento!
De concentrar, enfrentar
E deixar que a dança seja alforria
Do delicioso, agridoce, verbo amar.
(...)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Amor de liberdade

(Não sei bem o porque de tamanha vontade de postar este texto agora. Que eu me lembre, o escrevi em 2010 e é muito especial. É um texto que representa o momento que eu percebi como queria descobrir todos os brilhos dos olhares e corações pulsantes que pudessem chegar em meu caminho, não importa como. Um texto que representa um sonho de um amor, que poderia ser vivido com qualquer pessoa.
Eu nunca tive preconceitos e nem dificuldade em aceitar, não um rótulo, mas minha liberdade de amar. AMAR MUITO. Mas tive minhas confusões com tamanha intensidade de viver.
Esse texto é tudo isso. É um dos grandes gritos de libertação.
Se aceitem, se amem, se pertençam. Brilho no olho é sempre brilho no olho, não importa de quem.
Obs: as reticências são pedaços que eu apaguei na época e nunca fiz questão de completar com palavras legíveis. É mais divertido com palavras que flutuam por aqui em cada diferente momento... e cada um pode imaginar o que quiser no meio da história.)




Aquele dia amanheceu meio cinza e o vento litorâneo estava bem fresquinho. Como já havíamos ido à praia no dia anterior, ninguém se incomodou de aproveitar o “tempinho” para ver uns filminhos debaixo do cobertor e comer os docinhos da dispensa, tudo em clima praiano, é claro! O que isso muda não me pergunte, eles que disseram!
Quando chegou o meio da tarde, já estava entediada daquilo tudo e resolvi que queria ir para praia, olhar o mar, sentir o vento, andar, apesar de ninguém querer me acompanhar.
(...)
Peguei meu casaco fininho, só para não me incomodar tanto com o vento, uma canga para sentar na areia e meu celular e sai, de bermuda e chinelo, já querendo tirá-lo do pé.
 Eu podia andar com toda a calma do mundo, mas quanto mais perto da praia chegava, mais velocidade punha na minha caminhada. Só queria sentir logo a areia nos meus pés e a sensação libertadora que o mar me causa, desde sempre!
Percorri aquele pequeno caminho em linha reta mais rápido que o habitual e lá estava eu tirando os chinelos, enterrando meus dedos na areia fria. O vento forte agitava meu cabelo e estender a canga foi uma tarefa complicada, mas dei um jeito e logo estava sentada, absorta em meus pensamentos.
Não sei quanto tempo já havia se passado, mas quando dei por mim, uma mulher estava se sentando do meu lado, no pedaço da canga que estava sobrando e por incrível que pareça não me senti ameaçada. Aquela mulher tinha algo de que eu gostava, algo de familiar.
Ela permaneceu quieta durante alguns minutos, apenas observando o mar junto comigo. De repente, começou a puxar conversa:
- O que alguém faz sozinho na praia em um dia cinza como esse? – e deu um sorrisinho.
Nesse momento, reparei em seu rosto de verdade. Tinha um sorriso bonito, verdadeiro, cativante. Tinha a aparência de uns 20 e poucos anos, cabelo curto, olhos expressivos que me olhavam com simpatia, com curiosidade, esperando por minha resposta.
- Ninguém quis me acompanhar, exatamente pelo tempo, mas eu queria muito vir e sentir a areia no pé, o vento na cara, ver o mar, enfim.
- É, estou na mesma situação. Às vezes, gosto mais de vir à praia nesses dias do que nos de Sol. Assim a praia está tranquila, vazia.
Senti-me falando com o espelho e acabei não respondendo nada. Percebendo o gelo, ela começou de novo:
(...)
Ela ficou meio surpresa:
- Ah, você me conhece! Obrigada! – Tentou então desviar do assunto, com medo de que eu fosse mudar meu jeito devido ao fato de ela ter certa fama. – Então, de onde você é? – Mostrou aquele sorrisinho de novo.
- São Paulo e você? – Fingi saber pouco sobre ela, para não deixa-la desconfortável com a mesma situação que deveria vivenciar todos os dias, afinal, estava gostando de ter ela ali.
- Cidade Maravilhosa – e mais uma vez aquele sorriso brilhou para mim. Eu já estava ficando surpreendentemente extasiada.
A conversa começou a acontecer com muita espontaneidade, por ambas as partes.
(...)
Quando desliguei o celular, reparei que ela olhava cada traço de meu rosto com carinho. Gostei da sensação e acho, inclusive, que retribui o olhar.
Disse que só poderia ficar mais uns vinte minutos e ao ouvir isso, ela levantou de supetão e me puxou junto. De mãos dadas comigo, me levou a beira mar para pormos os pés na água nos últimos minutos de praia daquele dia. Ficamos um tempo ali e ela não largou a minha mão, até que eu percebi a penumbra e achei que estava na hora de voltar e então soltei nossas mãos em um pequeno susto, sentindo que corava. Eu realmente não tinha notado que ainda estávamos ligadas daquela forma.
- Preciso ir!- disse, não escondendo minha frustração.
- Onde é a sua casa?
- É no fim desta rua, só ir reto.
- Eu faço questão de te acompanhar e não adianta você querer me convencer do contrário.
Diante a esses argumentos, só me restou consentir e começamos a caminhar.
- Então, quanto tempo fica por aqui? – perguntou.
- Vou embora depois de amanhã!
- Tão cedo?!
- Temos compromissos lá na cidade. Só viemos para quebrar um pouco a rotina.
Ficamos em silêncio no pouco de caminhada que restava, até que chegamos ao muro da esquina de minha casa. Já havia anoitecido e a rua estava bastante escura, pela falta de iluminação. Ao invés de falar alguma coisa, fui direto abraça-la. O abraço foi forte e durou algum tempo e na hora que eu ia soltar ela me puxou para perto de novo, fazendo nossos rostos ficarem a poucos centímetros de distância. Ela segurava meu rosto firmemente com as duas mãos e me olhava profundamente enquanto eu sentia o meu coração bater acelerado, com força. Uma de suas mãos se moveu e afastou a mecha de meu cabelo que estava caída e em um movimento mútuo, nossos lábios se encontraram. A sensação foi indescritível. Eu nunca havia sentido algo assim! Parecia que eu tinha encontrado aquilo que eu tanto buscava.
Afastei-me um pouco e olhei-a. Ainda estávamos muito perto e ela, interpretando meu olhar, me puxou novamente, com força, para algo mais intenso. Não foi um beijo supérfluo. Tudo ali parecia ter um grande significado, não só para mim. Eu sentia o carinho em seus braços que me envolviam.
Ainda abraçada com ela, falei:
- Tenho mesmo que ir.
- Tem algo planejado para amanhã?
- Não que eu saiba!
- Então passo aqui perto do meio dia para te buscar. Você vai aproveitar seu último dia comigo!
Depois de ouvir isso não pensei em mais nada, apenas concordei, tomada por imensa felicidade.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Gangorra do já-Amor

Espero que possa me amar
em cada lamento
em cada dor e tormento sem razão.

Espero que possa me amar
em cada rajada de vento
em cada lágrima escorrida, sem direção.

Espero que possa me amar
em cada passo em falso
em cada segundo de cegueira, me dar tua mão.

Espero que possa me amar
em qualquer expressão que tiver(mos nós)
em cada som que gritarmos a sós
em cada represa que o olhar libertar
Espero que possa te amar.

..Como já amamos.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Ato de interrogar(-se)

Me vi naquela foto e não entendi..
O que ela fala de mim? Porque.. eu não sou daquele jeito..!
Não tenho contornos pretos nos olhos e sombras bem marcadas..
Aqueles cantos cheios de pó, luz artificial..
(...)
Tenho marcas de vida, sombras que não permanecem (revelam diferentes aspectos de cada toque que a vida me deu).
Contornos vermelhos e roxos, reflexo de criatividade atemporal, preocupação carnal, sede de viver.. E fazer brilhar os portais da alma, de certo a real verdade da FOTO.
Ou não.. será que é possível congelar o mar, constante movimento da vida? Meu olhar..
Escorre e emoldura a cada piscar.
Profundidade pode se fixar?
Máscara esconde? Ou é tão evidente a poesia dançada dos dias que transparece?
Me vi naquela foto...                       !  ?

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Tulipa Vermelha

o amor que brilhou mais que o sol
agora foi voar

Chegue então às estrelas..

E como farol se faça iluminar
Pra continuar a guiar
outras tantas estrelas
como nós, como você.

Te encontro lá..! ?

Porque a correnteza me trouxe aqui..
E eu não voltaria.
Mas honro tamanha iguaria
De ter-te como sol e água fria
pra fazer brotar, mesmo que de petála arrancada
 a tulipa mais bonita
para sempre bem guardada.

Quando estiver pronta, é só abrir os olhos.

                                                                                  
http://www.youtube.com/watch?v=KU5o6M7S5nQ

Yin Yang

A noite me ajudou a trazer o ponto final que faltava neste aqui, depois de dias com palavras fugitivas. Elas ainda fogem ao piscar de luz, por isso não tem nome e só escorrida indignação, um certo balanço e o vazio mais completo.. de muito amor.


Estou aqui, banhada por aquele último raio de sol.
Agora pode anoitecer.
Que querem de nós?
Nesse jogo tão atroz..
Não há porque alguém perder
Se nem jogo deveria ser!
Mas as vezes é assim que sinto:
Cuidadosa ao andar no tabuleiro
Porque não se deve trair sua cor?!!
Mas que cor eu tenho?
Deixa estar...
E quando água vermelha
Bater naquelas pedras
Se partirão por insistência
De cor tão intensa
Que agora banhada de noite
Se acostumou a incerteza
De tão doída beleza
Entre Luz e Escuridão.
                                                                         Patrícia Zveibil