quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Perspectiva

Das vezes que a gente não se reconhece na própria foto
De uns meses atrás
De ontem
A estranheza de ser uma imagem
Que diz algo por si só
Quando a gente está se sentindo um momento
Ou a eternidade
Colcha costurada de vários deles.
...
Hoje eu vi duma outra, nova (a meus olhos, que só não a viam), janela
A borboleta voar e pela primeira vez
Em muito tempo
Pousar tranquila em meu dedo
Em vez de bater asas até que acabasse sua vida
E eu a visse descer como pluma
À minha mão
Eu a toquei em vida, enquanto ela decidia seu silêncio e não ele decidia por ela.
E eu pude sentir o vento que a levava a tanto frisson
Que eu não sentia enquanto ela dançava desespero de engolir seus minutos de existir.
Pudemos sentir a grandeza do que somos
E o que éramos uma para a outra
Enquanto sentíamos o movimento da noite recebendo nosso encontro.. de tanto tempo só de compasso corrido
Foi esse o abraço..
Que comprovou a impermanência
Como cíclica
No carinho do beijo que a luz e o escuro
se dão todo dia.