terça-feira, 27 de junho de 2017

Fronteiras

Que ser poeta, a mim, é salvação
Mas é também mazela.
E olhar o céu sempre me salva de mim
Mas eu já nem sei, é mesmo
Qual é a linha do horizonte
Essa ilusão de que da fonte seca a sua criação..
Eu me calo pra não virar definição
Pra tentar não ter mais horizonte construído onde os lábios não podem mais cortar minha natureza em rios que cessam.
Eu quero ter minuto de ser a água antes de ser o recipiente que me contém seja lá em que mão se segura, em cada ping pong de extroversos querendo conhecer onde mais além.
Que lugar é esse pra onde eu vou quando descolo ?
E eu já sou o caminho do meio, mas ainda em feixe de luz que vem pelo lado da janela as 10h.. e as 14h já se foi.
O horizonte precisa ser olhar além
Sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Eu sou grata.
Que seja a palavra final
E ser poeta venha da imensidão vista sem óculos escuros.

domingo, 18 de junho de 2017

Queimava as beiras.

Como explicar o inexplicável
Que lateja
Bem em meu útero
Urge
E eu só queria sangria
Pra aliviar essa pressão
Que faz de mim marionete
Quer lambusar
de outros líquidos
Minha boca
Quer
Debulhar, escorrer
Suave e incessante
Nos braços de todos
Por quem minha alma já ergueu
A mão do amor
E doou.
Como se o órgão quisesse de volta
O que eu dei tao de bom grado
Porque tinha vazado tanto que já queimava as beiras,
Mas que agora me falta
E dói como chuva presa na nuvem
Dói
Paraliza
Que tem que chover quando já cristalizou
Granizo, agora só rasgando a pele
Porque nao só as beiras,
já queima o chão.